sábado, 30 de outubro de 2010

Abraços apertados.

Sonhei com uma coisa que nunca tinha sonhado antes. Fazem oito anos que meu Avô paterno faleceu e eu nunca tinha sonhado com ele da maneira que sonhei desta vez. 
No meu sonho, eu o abraçava muito forte -e era tão real, tão acolhedor- eu chorava de emoção e dizia a ele:
-Poxa, Vô, porque você foi? Não vai mais não, fica aqui comigo. Esse tempo todo e eu sempre quis que a gente brincasse mais, mas você não brincou mais comigo. Você ainda guarda aquelas balas no seu armário? Ai, vô, não vai mais não. 
E o abraço foi ficando cada vez mais apertado. Ele apenas sorriu e me abraçou de volta, com tanta força quanto eu.
Acordei chorando e fiquei quase que o dia todo pensando no sonho que tive. Um sonho tão real, que queria voltar a ele e abraçar meu avô novamente, já que não pude vê-lo quando ele se foi. 
Fiquei refletindo que, na vida, estamos acostumados a pensar que sempre haverá um amanhã. Sempre haverá uma nova oportunidade. Entretanto, é só quando passamos por algo que nossa ficha cai. Eu jamais pensaria em perder meu avô naquele dia, pra mim, eu ainda teria muito tempo para "recuperar". E na verdade, nós fomos traídos pelo tempo. 
Que a partir de hoje, não deixemos o tempo passar, para que não sejamos surpreendidos, e que abraços apertados, não sejam dados apenas em sonhos. 

Poxa Vô, porque você foi?

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