terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Saindo do armário!

Decidi me assumir. Não entendo como num mundo cada vez mais liberal ainda há pessoas que têm medo de se assumirem. Digo, antigamente ateus ou simplesmente pessoas "não-católicas" eram queimadas em fogueiras, homossexuais excluídos da sociedade, divorciadas e mulheres que trabalhavam fora eram vistas como má influência aos bons costumes. Mas se há uma coisa que talvez nunca mude é alguém assumir sem vergonha de que sente medo. Acabo de me declarar uma medrosa da pior espécie. Possuo medos de todos os tipos: de baratas (principalmente as voadoras), de ficar sozinha pra sempre, de perder minha avó e meus pais, medo de coisas novas e de diversas outras coisas. 
Desde crianças, nós somos ensinados que ter medo é sinal de fraqueza. Quem nunca ouviu frases do tipo "homem não pode ter medo", "ter medo é coisa de criança"? A grande verdade é que frases como estas nunca nos ensinaram a não ter medo mas sim a escondê-los. Uma vez mesmo, depois de muito escutar que não podia ter medo do escuro, eu fui na cozinha de noite pegar água naquele breu só pra minha mãe saber que eu não tinha mais medo -quando na realidade eu estava trêmula e não conseguia olhar pra trás nem por um segundo sequer. 
Então, todo esse lenga lenga foi pra dizer que estou morrendo de medo. Aquele lá, das coisas novas. Mudar de cidade, estudar em uma universidade, perder um amor, distanciar de amigos e família. 
É claro que daqui a algum tempo pensarei que foi uma bobagem temer tanto assim. Provavelmente eu vá passar por tudo isso e continuar viva como em todas as outras fases da vida, mas só de pensar me embrulha o estômago, mas pra todo mundo que pergunta se estou ansiosa pra começar a estudar eu respondo: 
-Claro! Super animada!
Respondo assim porque ainda é mais fácil se assumir gay, ateu e divorciado do que se assumir medroso.